A vida pode ser medida pelo grau de segurança que você tem. Não, não é papo político. Não estou reivindicando mais polícia nas ruas, muito menos exército nas favelas.
Você é seguro de si mesmo?
Se alguém te provoca, você é seguro o suficiente para replicar o insulto? Quando te jogam um piano nas costas e pedem pra você carregá-lo por quilômetros, você encara? Ou as pernas tremem e você cai, sendo esmagado em seguida pelo piano?
Tudo depende da sua segurança, da confiança que você tem em si. Da tranquilidade de saber que você tem a si mesmo pra se defender e recorrer a si mesmo para solucionar seus próprios problemas. Você dá conta de bater de frente com o mundo? Aguenta a pressão?
O mundo é mau, eu sei, você sabe. Mas quão mau ele é? Qual é o seu limite para suportar a maldade? E quando esse limite passa, como você reage?
Precisamos confiar mais em nós mesmos. Cerrar punhos e correr contra o adversário. Precisamos de amor próprio. Precisamos do amor dela ou dele. Mas antes de tudo, progredir, amadurecer e depois de encontrar seu próprio amor, poder se apropriar do amor de outra pessoa. Afinal, como você pode dar algo que é seu, mas que você não encontra? Pode prometer algum agrado sem tê-lo em mãos? Beijar, abraçar, querer bem é bom demais. Mas escolher alguém para viver até o fim é complicado. Fica uma dica: encontre seu amor e depois entregue-o.
Tudo isso depende da sua segurança. Da confiança que você tem em si. Seja seu próprio super-herói. Defenda a si mesmo e depois defenda os outros.
quarta-feira, março 18, 2009
Diazepan
Uma lacuna de ar em meus brônquios, após um banho pra me renovar após uma chuva devastadora.
Pânico.
- Liga pra minha mãe! Vai logo!
O ar vai acabando, acabando. Tudo adormece, os braços, as mãos, a nuca, as orelhas. Tudo estremece como um formigueiro remexido.
- Preciso descer, preciso andar um pouco!
As pessoas passam horrorizadas ao ver a cena: um homem batendo no peito, olhando para baixo, curvado, vencido pelo medo da morte. As pernas dormentes ameaçavam não obedecer, o tempo passava e nada acontecia. Apenas o coração ameaçava explodir a cada minuto que passava. Nenhum suor. Ergo o rosto e vejo no interior de um carro em movimento o rosto assustado de minha mãe. Entro correndo (ou me arrastando, não sei) e me acomodo. As pernas não param de balançar.
- Cara, eu já passei por isso, é sério. Todos esses sintomas são ansiedade, isso é crise de ansiedade. Fica tranquilo, cara.
- Não consigo, na boa. Meu rosto tá ficando dormente, minha boca!
São Paulo estava num temporal maldito e o trânsito correspondia às expectativas. Parado como um monumento. Monumento à desordem, ao caos, à desconsideração com o povão. Em quinze minutos chegamos ao hospital. Tive que descer do carro no meio do trânsito e caminhar um quarteirão até o hospital. Eu sabia que não chegaria tão cedo até lá. A ponta das orelhas estava dormente e um lapso de desmaio tomou conta da minha cabeça. Puxei o ar e continuei andando. Chegamos ao hospital e corremos direto para a doutora que observava tudo com uma frieza confortadora. Cada palavra calculada dela amenizava meu desespero. A pressão estava boa. O coração acelerado, mas nada demais. Diazepan para acalmar e quinze minutos para que o remédio fizesse efeito. Gel de eletrocardiograma no meu peito e o resultado: nada de incomum. Apenas uma elevação que deveria ser observada para desencargo de consciência.
Sai do hospital aos tropeços por causa do tranquilizante.
Bem-vindo ao maravilhoso mundo da ansiedade.
Pânico.
- Liga pra minha mãe! Vai logo!
O ar vai acabando, acabando. Tudo adormece, os braços, as mãos, a nuca, as orelhas. Tudo estremece como um formigueiro remexido.
- Preciso descer, preciso andar um pouco!
As pessoas passam horrorizadas ao ver a cena: um homem batendo no peito, olhando para baixo, curvado, vencido pelo medo da morte. As pernas dormentes ameaçavam não obedecer, o tempo passava e nada acontecia. Apenas o coração ameaçava explodir a cada minuto que passava. Nenhum suor. Ergo o rosto e vejo no interior de um carro em movimento o rosto assustado de minha mãe. Entro correndo (ou me arrastando, não sei) e me acomodo. As pernas não param de balançar.
- Cara, eu já passei por isso, é sério. Todos esses sintomas são ansiedade, isso é crise de ansiedade. Fica tranquilo, cara.
- Não consigo, na boa. Meu rosto tá ficando dormente, minha boca!
São Paulo estava num temporal maldito e o trânsito correspondia às expectativas. Parado como um monumento. Monumento à desordem, ao caos, à desconsideração com o povão. Em quinze minutos chegamos ao hospital. Tive que descer do carro no meio do trânsito e caminhar um quarteirão até o hospital. Eu sabia que não chegaria tão cedo até lá. A ponta das orelhas estava dormente e um lapso de desmaio tomou conta da minha cabeça. Puxei o ar e continuei andando. Chegamos ao hospital e corremos direto para a doutora que observava tudo com uma frieza confortadora. Cada palavra calculada dela amenizava meu desespero. A pressão estava boa. O coração acelerado, mas nada demais. Diazepan para acalmar e quinze minutos para que o remédio fizesse efeito. Gel de eletrocardiograma no meu peito e o resultado: nada de incomum. Apenas uma elevação que deveria ser observada para desencargo de consciência.
Sai do hospital aos tropeços por causa do tranquilizante.
Bem-vindo ao maravilhoso mundo da ansiedade.
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