segunda-feira, março 23, 2009

Coração com Neurônios

Pra quê correr atrás? Pra quê acelerar o coração? Pra quê aumentar a ansiedade que me sufoca, literalmente, todos os dias? Pra quê se apaixonar? Pra quê sentir a delícia da novidade? Pra quê dar risada e mostrar nos olhos tanta admiração? Pra quê sonhar em começar um nova história? Pra quê conhecer? Se apresentar? Chamar? Gritar? Abraçar?

Tantas perguntas e uma só resposta: pra confirmar que somos humanos.

Queria ser um alienígena travesti, ao menos não me sujeitaria à isso tudo. Eu não quero enganar ninguém mais. Prometi a mim mesmo que aquela a quem escolher amar, será amada de verdade. Pra valer. Estou me impressionando com a firmeza dos meus pensamentos, com andar da carruagem. Mas eu estou com medo de uma coisa, ou melhor, algumas coisas. Um medo digno de congelar a barriga e acelerar ainda mais o meu coração. A cada trago que dou em um cigarro, uma silhueta desfila pelo ar materializada pela fumaça. Risadas. Risadas de centenas de pessoas se unem em uma só. E qual é o motivo? Pra lembrar que sou humano e desejo passar por todo o processo que já passei diversas vezes? Começo-meio-fim? Fim? Fim?

Além de acelerado, é burro!

Por Deus, o que tiver que acontecer, acontecerá. E dessa vez vou lembrar que o cérebro não bate no peito e que o coração não tem neurônios.