o presente é um presente de grego
um cavalo de tróia
uma armadilha barata
e não dou confiança pra ela
tudo que eu tinha que fazer
é pensar nele
pois é ele que está presente
mas prefiro olhar para o futuro
igual minha teimosia em olhar
para aquela que não mer quer
do jeito que quero que me queira
aí olho para trás e remexo velhos baús
rasgo velhas feridas
desejo a velha máquina
que me faria corrigir velhos erros
fantasio com traças e me atenho à ferrugem
me esbaldando com tesouro que some
assim como somem pessoas
assim como some o sentido das coisas
eu queria abrir o presente e me satisfazer
mas sou insensato
não abro o presente, guardo-o
como um monumento ao meu desespero
como uma homenagem morta ao medo
medo de que os sonhos morram
e os planos esfarelem
se Deus alimenta os pássaros e veste os lírios
só peço a Ele que me faça esquecer
o ontem e o amanhã
engraçado, há poucos anos eu amava presentes
e amanhã, será que voltarei?
(tá vendo? já tô olhando pro futuro de novo)
quarta-feira, abril 01, 2009
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4 comentários:
Poesia do caralho essa heim man.!
eu adoro tudo nesse blog
“Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.
Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.
Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas
como cousas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.
Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.
Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a essência de ver, que não é nenhuma.”
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