O Valtinho me manda um scrap: "Ai minha vida, amanhã vamos tomar umas na paulista. Tô injuriadasso, vai preparado pra não voltar pra casa". Um bom sinal. Afinal, eu também tava louco pra beber. Comentei com o Valtinho que a única coisa alcólica que tinha em casa é um Sangue de Boi (terrível) e um licor de cassis Stock. Putz, eu não sei o que é pior na vida. Não ter nada pra beber ou só ter merda! O dinheiro tava escasso e eu querendo comprar um vinho decente, um tinto feito de uva Merlot. Ok. Marcamos pras 20:00hs lá no Ibotirama.
Saí de casa como um maltrapilho. Camisa surrada, causa amassada e o meu tênis tava sujão. Mas tá valendo. Nas mãos o meu Lucky Strike, o celular e claro: um charuto. Chegando lá, claro que o Benício não havia chegado. A Pri, a Dani e a Elisa já estavam tomando uma Original. Pedi uma Skol (Original é cara demais, vai se foder). O Tips e a Grace chegaram, e pra variar, o Tips serrou um cigarrinho meu. Ficamos conversando sobre putaria (como não?) e aí o Marcelo chegou. O Marcelo é um cara que trabalha lá na minha ex-empresa. Curte a cena alternativa., é um cara legal. O foda é que ele não bebe. É mórmom!! Eu tinha uma idéia dos mórmons, todo mundo era missionário, usava aquelas camisas sociais brancas, gravatas pretas e calças pretas. Mas esse Marcelo quebrou tudo! hahahaha... eu não sei, mas mesmo sem um pingo de álcool no sangue, o cara conseguiu curtir a noite como se estivesse chapado! Jay, essa eu não entendi. Como se divertir sem aquela boa dose de vodka, ou aquele generoso copo de cerveja gelada? Vai entender esses loucos. Conversa vai, conversa vem, e os vermes começam a chegar e a se aglomerar em uma mesinha no apertado espaço externo do Ibotirama. O Benício e o Valtinho confabulavam entre si, até que saiu a idéia: vamos no Pão de Açucar comprar vodka! Maravilha! O Benício, Valtinho, Marcelo e eu saímos em passos apressados em direção à rua da Consolação, em busca do líquido sagrado russo. Compramos duas garrafas de Smirnoff (que nos dava de brinde um copo e um socador de limão) e uma soda. Saímos do mercado, e já servimos o copo em plena Paulista. Bebericamos, matamos nossa vontade. Quando chegamos no Ibotirama, a garrafa já chegava na metade. O Zafa chegou uns minutos depois com uma amiga que havia acabado de conhecer, a Pamela. Merda de nome... hehehehe. É claro que hoje, todas as Pamelas que conheço são doces como mel (esse é o significado do nome Pamela). Porém, já me trouxeram problemas demais. O Tips havia ido ao bar em frente, porque a cerveja lá é mais barata, porém, ele voltou e acendeu meu charuto. O filho da puta babou tanto nele, que por alguns segundos, pensei que ele estivesse simulando um boquete, ali, ao vivo. Ficamos baforando o charuto, parecendo uma roda de maconheiros. Bebemos as duas garrafas e chegamos ao auge de nossa bebedeira. A conta deu 44 reais. E vocês acham que a gente pagou? Vai pensando, amigo. Quando todos estavam fora e se deram conta de que ninguém havia pago a conta, corremos até virar na Bela Cintra. Comemos umas pizzas de frango com catupiry, e entramos na Fun House (totalmente desarrumados). O lugar estava lotado. Maravilha. Demos uma geral em baixo e depois subimos pra ficar ao lado da Jukebox. Eu não estava nas melhores condições. O vômito chegava a minha garganta e uma força descomunal barrava o coitado. Eu já estava de cabeça virada, pronto pra dar aquela gorfada fodida. Fiquei pensando: "Diabos, vai ter macarrão nesse vômito...". Bêbado é foda. O Zafa, o Valtinho e o Benício desapareceram no meio da agitação. O Marcelo ficou sentado no sofá e eu, deitado no chão ao lado do sofá. As meninas ficaram deitadas ao meu lado, umas pegando no meu pau, afinal, quando eu chapo o côco, fico fácil pra caralho. Dormi por uns trinta minutos e quando acordo, a Gabriela aparece e deita ao meu lado. Aí ficou me dando cafuné:
- Então você é dessas? - perguntei
Passei minhas mãos entre os cabelos dela e não demorou muito pra nos beijarmos. Ficamos nos beijando por muito tempo, talvez uma hora. O beijo dela era ótimo e havia tirado de vez meu sono! hahahaha! De repente o Valtinho aparece ao meu lado, sentado no sofá:
- Aê Jay, tô zoado... - balbuciou o Valtinho
- Só não vai vomitar em cima de mim, porra. - respondi com firmeza
Depois fiquei conversando com a Gabi por um tempo... ela também tem uma grife. Aí a conversa rolou solta. A madrugada passou num piscar de olhos e quando notei, já estava levantando pra ir embora. Eu estava com escassez de dinheiro (como havia dito no começo) e o Zafa pagou a minha (ou teria sido o Valtinho?), seja quem for, obrigado!
Saímos bagunçados, e cada um rolou para o seu lado. Hoje tem mais, caralho! Lá na casa Cynara e depois o China. Depois tem DJ Club e depois só os deuses sabem o que vai rolar! Foda-se meu fígado!
sexta-feira, dezembro 23, 2005
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